quinta-feira, 30 de dezembro de 2010
Memória de um Natal passado
Um dos natais passados, que mais me marcou, foi o Natal de 1973.
Foi passado na “terra”, como se costuma dizer quando nos referimos à terra dos nossos pais e avós.
Dessa vez foi na casa dos meus avós paternos. Na verdade já só a minha avó era viva, mas esforçou-se por me transmitir todas as tradições do Natal na “terra”. Mesmo aquelas que ela dizia que habitualmente eram levadas a cabo pelo meu avô.
Lembro-me que estava frio, muito muito frio!
Nunca tinha tido tanto frio na minha vida.
Primeiro preparámos o presépio. Para assentar o presépio fomos apanhar musgo nas zonas mais húmidas da horta em frente à casa. Em volta do poço, junto aos muros…
Sempre com muito cuidado para não danificar e despedaçar o musgo. Escolhemos o mais verdinho e macio. Este era um trabalho que a minha avó dizia ser habitualmente levado a cabo pelo meu avô.
Depois, colocámos sacos de lona no chão, de soalho, num canto da sala e dispusemos cuidadosamente o musgo.
Ficou lindo!
Sem fendas!
Completamente uniforme!
Parecia um manto de veludo verde!
Nunca antes tinha imaginado ver tanta beleza num pedaço de musgo.
De seguida foram colocadas as figuras do presépio, e a casinha de palha. Este foi um trabalho da minha avó, pois eu ainda tinha que aprender e era necessário muito cuidado para não quebrar as peças de porcelana antiga, passadas de geração em geração.
Foi um deslumbramento!
E pela tradição da minha avó teria ficado assim, mas o meu pai resolveu acrescentar a árvore. Um pinheirinho verdadeiro que ele próprio foi cortar.
Os efeites da árvore ficaram ao encargo da minha mãe.
Com a minha avó fui então tratar das filhoses. Eu não fiz nada, senão assistir e provar a massa crua. Como eu gostava da massa das filhoses!
(Ainda gosto, mas infelizmente já não tenho a minha avó.)
No fritar das filhoses, era tradição contar-se com a ajuda dos homens da casa, para as virar. Naquele ano foi só o meu pai.
Até me lembro de uma graça que a minha avó me contou relativa a essa tradição.
Perguntou-me ela: “Sabes quando é que a mulher chama porco ao homem?”
R.: “Na noite de Natal”
Claro que eu não percebi nada daquilo e ela explicou: “A mulher está sempre a dizer ao homem para virar as filhoses, antes que se queimem e diz – VIRA, VIRA!”
Pelo que ela me contou também era isso que diziam aos porcos para os fazer afastar da pia quando iam deitar comida na pia!
Enquanto tratávamos das filhoses, a minha mãe preparou a Seia de Natal: Couves, batatas, bacalhau e ovos, tudo cozido.
Mas antes de comer todos estes manjares, chegou a hora da Missa do Galo, onde fomos todos aperaltados, de acordo com a tradição!
À saída da Missa do Galo, mais uma tradição nos aguardava: O Madeiro!
Nunca tinha visto uma fogueira tão grande, ao ar livre e tanta gente a conversar à volta. Saudando-se e desejando-se Boas Festas. Do lado da fogueira muito calor, pelo outro lado muito frio! Depois rodava para aquecer o resto do corpo!
Só depois de saudar todos os familiares, o que numa aldeia significa toda a aldeia, se podia regressar a casa. Para então comer a Consoada!
Durante a noite, enquanto dormia, os presentes foram entregues pelo Menino Jesus, em pessoa. De acordo com a tradição da minha avó!
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
III Feira de Colecionismo e do Veículo Antigo
III Feira de Colecionismo e do Veículo Antigo
Em Águas.
Na terra dos meus antepassados.
Mesmo ao lado da casa dos meus pais.
A terra que me recebeu quando vim de Moçambique e onde regresso sempre que posso, para visitar os meus pais e desfrutar das belezas naturais, do ar puro, da simpatia das gentes beirãs!...
O edifício que abriga a colecção é um antigo lagar de azeite que conserva toda a maquinaria para o fabrico do azeite.
Durante muitos anos foi o meu pai que prestou a assistência técnica ao lagar. Introduziu, inclusive, algumas alterações de sua autoria de forma a melhorar a qualidade e quantidade do produto: Azeite de oliveira do mais puro que há!
O meu pai ainda tem azeite feito neste lagar e afirma que, pode voltar a por o lagar a produzir azeite, se assim o desejarem.
Mais sobre a feira aqui (http://aguas-penamacor.blogspot.com/2010/09/contagem-decrescente-para-feira-de.html)
Recomendo VIVAMENTE a visita à Feira, ao espaço da Feira e a toda a freguesia de Águas.
Nesta freguesia existem também termas de águas medicinais que recebem anualmente muita gente.
Mais sobre as termas (http://aguas-penamacor.blogspot.com/2010/08/as-termas-finalmente-funcionar.html)
Divirtam-se!
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
Convívio da Zambézia 2010
domingo, 5 de setembro de 2010
Convívio da Zambézia 2009
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
A força do pensamento
"O que move uma pessoa não são os músculos, e sim
a força do pensamento."
Aldous Huxley, escritor, ING, 1894-1963
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
A Felicidade
«A verdadeira felicidade custa pouco; sendo cara, é porque a sua qualidade não presta»
François Chateaubriand
François Chateaubriand
domingo, 13 de junho de 2010
terça-feira, 1 de junho de 2010
Eu Explico-Lhe
Para quem ainda não conhece, recomendo uma visita ao meu blogue de Explicações (http://euexplicolhe.blogspot.com/).
Visitem-me lá!
Sejam todos muito bem vindos!
sábado, 29 de maio de 2010
That's What Friends Are For
And I
Never thought I'd feel this way
And as far as I'm concerned I'm glad I got the chance to say
That I do believe I love you
And if I should ever go away
Well then close your eyes and try to feel the way we do today
And than if you can't remember.....
Chorus
Keep smilin'
Keep shinin'
Knowin' you can always count on me
for sure
that's what friends are for
In good times
And bad times
I'll be on your side forever more
That's what friends are for
Verse 2
Well you came and open me
And now there's so much more I see
And so by the way I thank you....
Ohhh and then
For the times when we're apart
Well just close your eyes and know
These words are comming from my heart
And then if you can't remember....Ohhhhh
(Repeat chorus 3x)
(Stevie talking)
Mmmhmm thats what friends are for mmmhmm yea
quinta-feira, 27 de maio de 2010
quarta-feira, 3 de março de 2010
RECOMENDAÇÃO DA CRUZ VERMELHA
Esta é uma recomendação da Cruz Vermelha a nível mundial:
O pessoal das ambulâncias e emergência médica que presta assistência aos nos acidentes da estrada, constata que os sinistrados têm um telemóvel consigo.
No entanto, na hora de intervir, muitas vezes esse pessoal não consegue descobrir qual a pessoa a contactar na longa lista de telefones existentes no telemóvel do acidentado.
Para tal, a Cruz Vermelha lança a ideia de que todas as pessoas acrescentem na sua lista de contactos o número de telefone da pessoa a contactar em caso de emergência.
Para facilitar, tal deverá ser feito da seguinte forma: Inserir na memória do telemóvel a entrada 'AA Emergência', seguida do nº de telefone para o qual deseja que seja feito o aviso. (As letras AA são para que este contacto apareça sempre em primeiro lugar na lista de contactos).
É simples, não custa nada e pode ajudar muito quem nos prestar assistência.
Se concordar com esta proposta, passe esta mensagem a todos os seus amigos, familiares e conhecidos.
É tão-somente mais um dado que regista no seu telemóvel e que pode ser muito importante.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
Poema para Galileo
Estou olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele teu retrato que toda a gente conhece,
em que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre um modesto cabeção de pano.
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não, não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse Galeria dos Ofícios.)
Aquele retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te? A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu sei… eu sei…
As margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai que saudade, Galileo Galilei!
Olha. Sabes? Lá em Florença
está guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra de honra que está!
As voltas que o mundo dá!
Se calhar até há gente que pensa
que entraste no calendário.
Eu queria agradecer-te, Galileo,
a inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a quem tu esclareceste,
ia jurar- que disparate, Galileo!
- e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem a menor hesitação-
que os corpos caem tanto mais depressa
quanto mais pesados são.
Pois não é evidente, Galileo?
Quem acredita que um penedo caia
com a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta era a inteligência que Deus nos deu.
Estava agora a lembrar-me, Galileo,
daquela cena em que tu estavas sentado num escabelo
e tinhas à tua frente
um friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo
a olharem-te severamente.
Estavam todos a ralhar contigo,
que parecia impossível que um homem da tua idade
e da tua condição,
se tivesse tornado num perigo
para a Humanidade
e para a Civilização.
Tu, embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e percorrias, cheio de piedade,
os rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram lá das suas alturas
e poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,
nas faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal qual
conforme suas eminências desejavam,
e dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e que os astros bailavam e entoavam
à meia-noite louvores à harmonia universal.
E juraste que nunca mais repetirias
nem a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas abomináveis heresias
que ensinavas e descrevias
para eterna perdição da tua alma.
Ai Galileo!
Mal sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam a correr e a rolar pelos espaços
à razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu é que sabias, Galileo Galilei.
Por isso eram teus olhos misericordiosos,
por isso era teu coração cheio de piedade,
piedade pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por isso estoicamente, mansamente,
resististe a todas as torturas,
a todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto eles, do alto incessível das suas alturas,
foram caindo,
caindo,
caindo,
caindo,
caindo sempre,
e sempre,
ininterruptamente,
na razão directa do quadrado dos tempos.
António Gedeão
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Tese de Doutoramento do COELHO
Era um dia lindo e ensolarado o coelho saiu de sua toca com o notebook e pôs-se a trabalhar, bem concentrado.
Pouco depois passou por ali a raposa, e, viu aquele suculento coelhinho tão distraído, que chegou a salivar.
No entanto, ficou intrigada com a actividade do coelho e aproximou-se, curiosa:
- Coelhinho, o que está a fazer aí, tão concentrado?
- Estou a redigir a minha tese de doutoramento - disse o coelho, sem tirar os olhos do trabalho.
- Hummmm... e qual é o tema da sua tese?
- Ah, é uma teoria para provar que os coelhos são os verdadeiros predadores naturais das raposas.
A raposa ficou indignada:
-Ora!!! Isso é ridículo!!! Nós é que somos os predadores dos coelhos!
- Absolutamente! Venha comigo à minha toca que eu mostro a minha prova experimental.
- O coelho e a raposa entram na toca.
Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio.
Em seguida, o coelho volta, sozinho, e mais uma vez retoma os trabalhos de sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Meia hora depois passa um lobo. Ao ver o apetitoso coelhinho, tão distraído, agradece mentalmente à cadeia alimentar por estar com o seu jantar garantido.
No entanto, o lobo também acha muito curioso um coelho a trabalhar naquela concentração toda.
O lobo resolve então saber do que se trata , antes de devorar o coelhinho:
- Olá, jovem coelhinho! O que o faz trabalhar tão arduamente?
- Minha tese de doutoramento, seu lobo. É uma teoria que venho desenvolvendo há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos os grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive dos lobos.
O lobo não se conteve e farfalha de risos com a petulância do coelho.
- Ah, ah, ah, ah!!! Coelhinho! Apetitoso coelhinho! Isso é um despropósito; nós os lobos, é que somos os genuínos predadores naturais dos coelhos.
-Aliás, chega de conversa...
- Desculpe-me, mas se você quiser eu posso apresentar a minha prova experimental. Você gostaria de acompanhar-me à minha toca?
O lobo não consegue acreditar na sua boa sorte.
Ambos desaparecem toca adentro.
Alguns instantes depois ouve-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e ... silêncio.
Mais uma vez o coelho retorna sozinho, impassível, e volta ao trabalho de redacção da sua tese, como se nada tivesse acontecido.
Dentro da toca do coelho vê-se uma enorme pilha de ossos ensanguentados e palancas de diversas ex-raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e restos mortais daquilo que um dia foram lobos.
Ao centro das duas pilhas de ossos, um enorme leão, satisfeito, bem alimentado, a palitar os dentes.
MORAL DA HISTÓRIA:
1. Não importa quão absurdo é o tema de sua tese;
2. Não importa se você não tem o mínimo fundamento científico;
3. Não importa se as suas experiências nunca cheguem a provar sua teoria;
4. Não importa nem mesmo se suas ideias vão contra o mais óbvio dos conceitos lógicos.
5. O que importa é:
QUEM É O SEU PADRINHO...
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